Continuas por cá, a fazer o quê não sei. Mais fácil assim, não é? Aqui não gritas e eu não choro. É um descanso regalado: vais sabendo do que me falta e do que me sobra, sem que o mesmo te falte ou sobre a ti. Existe algo de doce e de confortável, não achas?, no compromisso unilateral do que escreve e na saciedade daquele que religiosamente o lê. (...) Ah, que descanso!, livre da urgência e da marcação serrada, dos telefonemas a desoras e do querer sempre mais, pois só um almoço não chega, porque não um jantar, porque não agora, porque não mais vezes, quero mais de ti, quero mais e mais e mais. E que bom para mim também!, repara: não te fartas nem me desiludes, não me fodes nem me deixas, não me enganas nem me aldrabas, não me baralhas, não me desconcertas, não chegas tarde e a más horas, não te vens em três minutos, não me deixas a arder na cama... nem me juras que a vais deixar.
ou como uma química lisboeta e benfiquista convicta com mau feitio e viciada em coca-cola sobrevive numa aldeola na alemanha sem aderir ao acordo ortográfico e escrevendo apenas em letra minúscula
terça-feira, 30 de setembro de 2008
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2 comentários:
a minha dica é obrigada pela dica. gosto. muito. sabe bem ler coisas assim escritas.
Muito fixe!
Gosto em particular do texto onde se encontra:
"... Teriam bastado cerca de três: Amor. Sexo. Fim. Não necessariamente ao mesmo tempo nem, obrigatoriamente, por esta ordem. Ficamos, então, assim e eu prometo não mais confundir o meu desejo animal com a tua solidão. E que me releves o atrevimento, afinal, todos sabemos: o Amor é a brincadeira preferida dos adultos."
:D
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