domingo, 31 de outubro de 2010

happy halloween

(cliquem na imagem)

querido diário #25


é fim-de-semana prolongado. ouvi dizer.

pisgaram-se todos para amsterdao. eu fiquei no laboratório.

quando a pessoa procrastina durante meses (especialmente meses de verao em que há casamentos, férias, conferências) e chega o dia do progress report, o pânico instala-se. "nao tenho nada para apresentar!" - oico isto pelo menos de 2 em 2 semanas. seja como for, decidi que daria no duro estes 3 dias, para ter mais resultados para mostrar na 4a feira e nao me sentir tao culpada. também estou pobre e vou mudar de casa daqui a 1 mês, portanto nao está propriamente na altura de gastar dinheiro.

poderia estar deprimida, mas o tempo está uma m**** e o feeling do dever cumprido é inebriante. nao o sinto muitas vezes, daí que faca diferenca. nem estou tao cansada como costumo estar quando nao trabalho o suficiente.

mas claro, só pareco contente porque na realidade nao estou sozinha. a minha vida mudou desde que conheci o meu panda. tristezas, stress, insegurancas, noitadas, TPMs, despesas, choradeiras, saudades de casa, fins-de-semana árduos sao sempre divididos por dois; boas notícias, artigos publicados, alegrias, bebedeiras, bons resultados, tempos livres, momentos perfeitos sao sempre multiplicados por dois.

e a vivi e o frank também andam por cá. fomos ao cinema os 4 ontem depois do trabalho, vamos hoje jantar a casa do frank os 4 depois do trabalho. nao é assim tao mau :)

bom fim-de-semana prolongado para vocês! sem trabalho, de preferência.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

querido diário #24

este fim-de-semana consegui pela primeira vez ler uma palavra em coreano. aliás, duas.
o jiwoong escreveu em coreano no postal de aniversário do marco e eu olhei para lá e li claramente: "marco, marcow" (é uma private joke). tudo bem que era fácil no contexto, mas não ando propriamente a estudar coreano, ok? olhei para uns desenhinhos e saquei-lhes o sentido. o jiwoong lacrimejou.

moral da história: até coreano é mais fácil que alemão.

domingo, 24 de outubro de 2010

o francisco


estive away. perdida em pensamentos e enterrada em stress.

na terca-feira passada o bernardo moura recebeu um telefonema em inglaterra, onde está a estudar. o irmao dele tinha morrido. o francisco, o irmao. o mano mais velho. aposto que ele nao conseguiu acreditar no que lhe estavam a dizer, como se o facto de nao falar português todos os dias o tivesse feito perder todo o entendimento daquela língua que em tempos foi a sua. "nao pode ser... como?" tropecou nas escadas e caiu. assim mesmo. em 3 segundos a vida do francisco tinha acabado.

o francisco, o meu chiquinho, andou nas mesmas escolas que eu desde o meu 6° até ao meu 12° ano. era o meu mano mais novo, porque era um ano mais novo que eu e nessa altura 1 ano parecia 1 década.

o meu primeiro ano de secundário foi horrível, detestava os maristas, passava a vida a ir visitar os meus amigos à escola antiga; mas no ano seguinte o francisco chegou e eu fiquei tao contente - o meu maninho tinha vindo atrás de mim.

o francisco era à primeira vista tudo o que se espera de um aluno popular nos maristas, totalmente o oposto de mim: as miúdas andavam malucas com ele, os professores adoravam-no. e ele tinha o caminho livre para fazer todos os disparates que sempre fez, mas que era impossível nao perdoar à vista daquele sorriso inigualável e aquele paleio (literalmente) à chico esperto. ele era... como hei-de dizer? isso, irresistível.

aquela populacao marista, que nunca tinha falado a mesma língua que eu mas que bebia as palavras do chico com avidez, estranhou ver aquele seu benjamin passar todos os seus intervalos com aquela bacana freak de calcas 3 números acima e cuecas de fora que se ria tao alto; e como ele se ria também!... adoptaram um preto de 2 metros de altura que vinha de massamá mas vestia à beto e usava lentes de contacto azuis.

os 3 eram inseparáveis. e que trio estranho aquele... o benjamin betinho, a miúda cor-de-laranja das gargalhadas, o preto chunga-beto. todos os dias iam juntos para casa, linha de sintra é o hardcore. de alguma forma equilibravam-se uns aos outros - nunca fomos assaltados porque o wilson conhecia toda a gente e os que nao conhecia tinham medo dele; comecámos a ser adorados também porque o francisco nos adorava e "se o francisco adora nós adoramos também"; eu pouco útil lhes era, excepto talvez pelo facto de ser rapariga, temperando as conversas, dando-lhes na cabeca quando as parvoíces iam longe demais, e ajudando-os a engatar as meninas.

eles andavam na mesma turma, a de economia. eu, 1 ano acima, na de ciências e desporto. encontrávamo-nos todos os intervalos nas mesas de matrecos ou de ping-pong, e à última hora da tarde eles iam-me buscar à porta da sala para irmos juntos para casa.

lembro-me de 1 vez em que o wilson queria fazer chichi à forca toda quando já estávamos no comboio. "estás quase em casa, espera um bocado!" - dissemos-lhe nós. "nao, tem que ser agora" e saiu do comboio. era hora de ponta, o comboio estava a abarrotar. esperou que as portas do comboio fechassem, pôs-se de pé de costas para o comboio naquele degrau minúsculo à frente da porta com a mochila na barriga, e entre a amadora e queluz-belas pôs a pilinha de fora e fez chichi; quando um comboio passou em sentido contrário e o wilson conseguiu manter-se naquele espaco de 1 metro enquanto urinava, o chico e eu nao respirámos durante uns bons segundos. quando chegámos a queluz-belas, o wilson voltou a entrar no comboio e fomos os 3 a rir a bandeiras despregadas até ao monte abraao. éramos os heróis uns dos outros.

no ano seguinte o wilson saiu dos maristas e foi estudar para massamá. eu já estava integrada no meio daquela gente (da qual na realidade nao trouxe amigo nenhum para o presente, mas na altura dava-me suficientemente bem com todos para sobreviver ao ano que faltava), e o chico era o rei. nao passávamos tanto tempo juntos durante o dia, mas continuávamos a ir juntos para casa a maior parte das vezes.

a vida separou-nos. já nao o via há vários anos. nem sequer o tinha como amigo no facebook porque nunca o tinha apanhado por ali nem ele a mim. mas sei o quanto nos adorávamos, e sei o quanto ele era bom em equitacao e tinha jeito com raparigas, e também sei o quanto gostava do irmao. o irmao que é amigo do meu irmao. sei que o francisco era uma óptima pessoa e sei que tinha uma boa vida pela frente, até porque nunca conheci ninguém que nao gostasse dele. acima de tudo, sei que ele nao merecia ter morrido 1 semana depois de ter feito 26 anos, de forma tao estúpida.

sei também que nunca esquecerei o meu maninho chico.

e sei ainda que o meu maior terror é receber o telefonema que o bernardo teve que receber contra-vontade e que lhe mudou o resto da vida para pior.


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

PIMBA!!!

já tenho casa! é a de ontem, com varanda para fazer uns barbecues e pôr as minhas florzinhas e a minha oliveirinha. os donos nao falam inglês, mas pronto, aqui é normal... mas sao 2 velhotes bué FOFOS e quem me conhece sabe como eu adoro velhotes! E tenho um lugarzinho para o meu orelhudo!

a ana faria também conseguiu uma casa ontem! parabéns a nós :)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

atencao, vou ter um momento bué de gaja



peloamordedeus, adoro a situacao que a anna dello russo tem vestida.


eu avisei.


quero também alertar para a diferenca de alturas entre o scott e ela.

querido diário #23 (segunda parte)

a casa das 17h30?

meh.

querido diário #23


fui ver uma casa muita fofa. COM VARANDA! mas tenho a certeza que nao me vao ligar.

vou ver outra às 17h30. já vos digo.

e trabalhar? pois.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

crónicas do mau feitio #2


por favor. a sério, peloamordedeus.

eu tento. tentei, tenho tentado, ainda vou continuar a tentar. estao à minha volta, aos montes, rodeiam-me, perseguem-me. mas nao dá!

dos gajos até gosto!...

mas de-tes-to gajas francesas. (posso acrescentar de países em que se fale francês?)

com toda a forca do meu ser.

já trabalhei (e trabalho) e vivi com elas, de várias idades, de várias cidades. sao snobs, falar com elas pela primeira vez é como ir contra uma parede a 70 km/h.

detesto saber, antes de falar com elas pela primeira vez, que têm carro e namorado há mais de 2 anos e que já lhe puseram os cornos no mínimo tantas vezes quantos os anos que estao juntos.

enche-me de raiva (raiva, daquela mesmo de espancar pessoas com um pé-de-cabra) ver pessoas simpatiquíssimas a falarem com elas entusiasmadamente e ver aquele ar de desprezo e enjôo na fuça delas, como se tivessem cheirado alguma coisa que nao lhes agradou, olhando semi-sobre-o-ombro, como se a pessoa nao merecesse que a olhassem nos olhos.

é preconceito? claro que é. o problema é que até acredito que haja muita rapariga simpática naquele país, mas cadê?! e olhem que nao é por falta de gajas francesas à minha volta!



a cena é que antes pensava que era só eu, e quanto mais gente europeia conheco mais me apercebo de que nao sou só eu. a claire (a minha claire) é francesa, mas percebe o que eu digo e diz o mesmo; nem quer voltar a viver em franca. o fred (francês) é o primeiro a dizer "só sao boas para f****". o pobre do davide (italiano) fez o doutoramento lá; claro que se saiu com uma namorada de madagáscar (nao conseguiu arranjar de mais longe, ahah) e diz que os primeiros tempos foram terríveis porque sao altas bitches e lhe criavam mau ambiente no lab.

eu sei que tenho mau feitio e tenho muitos traumas, mas seriously... quem gosta delas? nao conheco.

será que se nota muito que hoje recebi mais uma francesa no meu grupo? de paris, ainda para mais.

bof.

domingo, 17 de outubro de 2010

querido diário #22

passei tanto tempo na cama este fim-de-semana que me dói o corpo todo.

also, está-me a saber bem vir trabalhar ao domingo.

passei de facto demasiado tempo na cama este fim-de-semana.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

querido diário #21


hoje acordei tarde.
tarde as in queria acordar às 7h30 e, por razoes desconhecidas, o jiwoong tinha alterado o despertador para as 7h50; como passo sempre 20-25 min em snooze, só dei pelas horas quando eram 8h38.
tarde as in ontem saí mais cedo porque estava farta, pensando que se hoje chegasse cedinho tudo pareceria melhor. nao pareceu.

estava frio.

parei no quiosque aqui ao pé do trabalho onde páro quase todos os dias para comprar pao, e nao havia pao nem nada. porque era tarde e aparentemente esta semana sao umas férias escolares quaisquer. raios partam os putos, sempre de férias!

o jiwoong vinha a gozar com o meu beicinho. acho que na coreia eles nao fazem beicinho e ele acha sempre tanta graca que passa horas a rir-se sozinho quando eu estou de mau humor. nao, nao ajuda.

no elevador cruzei-me com o guillaume. perguntou-me como estava e resumi-lhe tudo numa frase - "f***-**, acordei tarde e nao havia pequeno-almoco e tenho fome". ele riu-se e disse-me "o pior já passou". nao em português, claro.

eu e o guillaume nao somos muito próximos, ele nao me conhece assim tao bem, mas o que é certo é que ele "sabia-a toda".



enquanto bebia café, a viviana disse-me "best news ever: the bitch found a job and she's leaving in one month". a bitch vocês já conhecem.

fiquei de sorriso na cara.

chegou a claire e disse-me "all the 33 miners are outside".

tive vontade de chorar por estar de mau humor com coisas ridículas e de alívio por eles.



o resto do dia foi normal. (se nao receber nenhum telefonema de portugal com más notícias sobre família, que é a única coisa que me mete medo nesta vida) nada me pode destruir o bom humor. que todos os meus compostos se decomponham, que o meu e.e. seja baixo, que nao tenha comida para o jantar, que o meu chefe me torture durante horas, who cares? they made it out alive.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

coisas da química #16


aqui há um ano estava super excitada com o prémio nobel da química.

vou deixar passar em branco a reflexao sobre o facto de já ter passado um ano, para maior comodidade.

o que nao vou deixar passar em branco é a minha alegria de hoje. se leram o post do ano passado em relacao ao que eu penso sobre o nobel da química, já estao a perceber tudo; se nao leram, vao ler e depois olhem bem para isto:

PALLADIUM-CATALYZED CROSS-COUPLING REACTIONS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

nao sei se estao a perceber bem...

és químico orgânico? entao basta-te olhar para isto: heck reaction, suzuki coupling, negishi coupling.

nao és químico orgânico? basta-te saber que finalmente deram o prémio a QUÍMICA, coisas que eu faco no laboratório todos os dias, coisas que já ninguém sabe como fazer química sem elas.

e eu adoro paládio. adoro adoro adoro, respiro todos os dias.



posso refilar com uma coisa?

como é que demoraram tanto tempo a dar este prémio? tanto que o stille também o devia ter recebido mas já morreu e ficou sem ele...





um hurray também para o nobel da física e da medicina, que a mim que nao percebo nada disso me parecem muito bons. espero em pulgas o da literatura! o da paz é uma fantochada e o da economia estou-me a cagar.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

london baby!


 (some of the) happy people in london.


banksy forever <3


shop til you drop.

nao vi a kate moss nem a amy winehouse, mas vi o johnny depp. tá bom ou nao? e gastei dinheiro, ó lá, se gastei!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

querido diário #20


vou-m'embora p'á londra. acho lindo que os italianos chamem londra a londres. soa a lontra.

já fui à londra, acho que 4 vezes, mas nao me canso dela. é bonita e cheia de vida. mas desta vez vou com o meu londrino, ver um lado da londra que nunca vi e provavelmente nenhum de vocês viu.

e vai ser a viagem de aviao mais fixe de sempre, somos 10 (quando fomos a portugal eramos 8); juntamo-nos com mais 3 no aeroporto e amanha seremos 23.

a minha vida rocka ou quê? :)

tou bué contente!!!!!!!!!
(british fucking accent everywhere, british breakfast, ver a kate moss, beber copos com a amy winehouse, ir ao harrods, passear em camden, gastar dinheiro, comer nas barraquinhas na rua e passar 3 dias com vários dos meus muitos e grandes amores e sem química...)




até terca-feira!


P.S.: a ver se desta vez também invento um single dos chemical brothers antes de eles próprios o imaginarem.