quarta-feira, 3 de junho de 2009

saudade


já tive o meu primeiro ataque de choro emigra. ainda nao bateram as saudades de portugal, dos pais, dos amigos. ou melhor, bateram, mas nao ao ponto de desatar a chorar por uma coisinha de nada. aconteceu sim porque reli uma sms do meu avo de ha 10 meses. foi quando passei o meu último exame do curso e reza assim:

" Contentes sem limites. Muitos beijinhos. Avós"

sao só uns bits guardados num cartao SIM da vodafone, que se manifestam em termos de 0's e 1's e tonalidades diferentes de uns quaisquer cristais líquidos no écran de um telemóvel cor-de-rosa... mas significa o mundo para mim. leio, releio e se pudesse andava com ela ao peito; quem sabe até tatuá-la num sítio vísivel. e detesto agarrar-me a uma sms como se fosse a única coisa que me resta dos meus avós, quando metade da minha informacao genética foram eles que ma deram e, portanto, mesmo biologicamente eles continuarao a ser parte de mim para sempre; mas nao consigo apagá-la ou deixar de olhar para aquelas letrinhas escuras num fundo claro e tentar ver as bochechas maravilhosas do meu avo e os olhos azuis brilhantes da minha avó do outro lado do écran.

será que eles estariam contentes por mim agora? morta de saudades deles perdida algures na alemanha? o pior é que tenho a certeza que sim, mas nao posso senti-lo, ouvi-lo, le-lo. só queria poder ouvi-los ao telefone a querer saber o que almoco e se está bom tempo e quando é que vou visitá-los.





nao tenho forma romantica, profunda ou sábia para terminar este post. só tenho um pensamento: ka nojo.

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