quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

este ano não celebro natal. não vou dar prendas a ninguém, não quero sequer ouvir falar de natal.
a única coisa que quero deste natal é estar com os emigrantes. só porque é que a única altura do ano em que toda a gente está no mesmo país.
façam portanto as malas e venham-se embora. só isso. quero encher-vos de <3.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

mas de qualquer modo o mundo não é justo nem nunca foi. tudo pode acontecer. e isto não é animador.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

espero que 2008 não esteja a ser uma preparação para 2009...

acho que não mereço.

domingo, 14 de dezembro de 2008

2006 foi o melhor ano.
2008 foi o pior, independentemente do que aconteça daqui para a frente.
2007 foi só uma preparação para 2008 não parecer tão mau como pareceria se eu passasse directamente de 2006 para 2008.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

é inacreditável a força que uma pessoa tem.

compraste o bilhete de metro e ele não passa, ficas irritado, mandas umas asneiradas, é o suficiente para começares mal o dia. o benfica podia ficar em 1º mas empata com o cu-de-judense e não fica, ficas todo lixado, dizes mal da vida. sais de casa à pressa, atrasado, pisas merda de cão, nada te parece pior, não há nada que te possam dizer para melhorar o teu humor. vais a uma entrevista, queres mesmo ficar com o emprego, escolhem outra pessoa, parece o fim do mundo e sentes-te um monte de bosta.

isso é zero.

quando a vida corre mesmo mal... é inacreditável o que és capaz de suportar antes de a primeira lágrima chegar a cair.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

dedicatória #10


a minha cococinela faz anos hoje. somos amigas desde as praxes, fizemos a faculdade juntas. já nos zangámos umas quantas vezes, mas não sabemos viver uma sem a outra. este último ano foi o mais intenso de todos. ela foi a minha família presente, foi a encarnação de tudo o que eu tinha espalhado pelo mundo; era a ela que contava em 1ª mão as coisas boas, as coisas más, as dúvidas, os filmes e telenovelas; foi com ela que vivi as duas primeiras semanas (as mais difíceis), era ela que me aquecia o leitinho antes de dormir e fazia as torradas do pequeno almoço enquanto eu tomava banho (quando era ao contrário refilava sempre porque eu punha pouca manteiga); foi ela que foi comigo ver casas quando eu ainda tinha vergonha de falar portunhol, foi ela que dormiu comigo no meu dia de anos e foi a primeira a dar-me os parabéns, e me ajudou a organizar tudo no dia de aniversário mais solitário que já tive e foi ela que passou a 6ªfeira santa comigo na cozinha de pé a preparar 101 maneiras de fazer bacalhau.





nunca ninguém vai saber a alegria que me dava dia-a-dia quando aquela cara familiar com um sorriso meio tímido entrava pela porta de vidro do laboratório para me roubar para uns momentos ao sol perdidos em conversas, sermões, conselhos e cusquices.

soubemos tudo o que cada uma pensou, fez e sentiu durantes estes longos meses e nunca nada nem ninguém vai poder apagar isso. as bravas partilhadas, o parc güell, os bancos na praça do sol e na rius y taulet, as idas à praia, o IRB, as cool-off sessions, a sala das moscas, as idas para o trabalho de bicicleta (8h45 na esquina da gran de gràcia), os almoços aquecidos no microondas e com guardanapos feitos de papel de laboratório, as saídas à noite sempre frustradas pelo grupo de velhos, tudo isso é nosso.

quando penso em barcelona penso em ti, mas quando penso em ti não penso só em barcelona, percebes? és muito maior que isso. mas barcelona vai ser sempre nossa. é a nossa cidade. barcelona sim, é a cidade do amor.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

palavras de ordem #7

optimismo
hoje, cada vez que começar a pensar que a minha vida tá uma merda, vou pensar na sara.
apesar de tudo tudo tudo, a vida vale a pena viver. e eu dizer isto neste momento da minha vida é dizer muito.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

ou 8 ou 80

quando eu era muito pequenina (aí uns 4 anos) e os meus pais falavam em ir ao cinema à nossa frente, eu e o meu irmão ficávamos logo histéricos. eu perguntava "prometes?" e eles diziam que sim. às vezes acabávamos por não poder ir, por este ou aquele motivo, e depois eu acusava-os "mas tu prometeste!".
então eles adoptaram outra estratégia - começaram a falar em inglês entre eles naquelas situações em que não podiam sair de ao pé de nós (tipo no carro). mesmo tentando evitar a palavra "cinema" e usando "movie", o que eles nunca perceberam foi qual o momento em que eu passei a perceber inglês. de repente diziam "movie" e eu começava aos gritos "DIOGO, DIOGO, VAMOS AO CINEMA!". da primeira vez eles desataram a rir-se, ficaram orgulhosos da sua filha autodidacta que aprendeu inglês sozinha com a sesame street e os duck tales, mas rapidamente isso se tornou um problema, dado que o meu pai se recusa a falar franciu e não havia mais nenhum idioma à disposição.
a solução foi o "logo se vê". "talvez". mas eu sempre interpretei um "logo se vê" e um "talvez" como um "sim" com timing. ainda hoje em dia o faço.
e detestava quando, ao fim de uma tarde inteira cheia de expectativas, me apercebia de que não íamos ao cinema. é o pior que se pode fazer uma pessoa, deixá-la pensar uma coisa e depois não ser nada disso. principalmente se for uma pessoa de 6 anos.
foi, portanto, aos 6 anos que o meu lema passou a ser "ou 8 ou 80", embora na altura não conseguisse traduzir por estas palavras. foi a partir daí que criei aversão por talvezes e logo-se-vêzes.
porque é que não me dizem simplesmente "não"? põe-se a hipótese de parte, não se sofre pelo caminho e, se por acaso vier a ser "sim", é só lucro!
há uma excepção a esta minha regra, e neste caso ainda não consegui perceber o que prefiro. e diz respeito às situações nas quais uma pessoa de quem gostas está muito doente. aqui, e só aqui, ainda não consegui perceber se prefiro que me digam para ter esperança ou para perder todas as esperanças.
mas por favor, de resto, um "talvez" é um "sim" com timing. não façam isso.
ou 8 ou 80.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

a pessoa que sempre acreditou que um dia eu ia escrever um livro e que ia fazer tudo para publicá-lo já não está cá para ver esse sonho concretizado. não interessava que eu fosse química e que soubesse que não tinha jeito nenhum para escrever - o único sonho que o meu avô tinha para mim não consegui concretizá-lo. faz-me falta saber que alguém neste mundo tinha uma fé inabalável em mim. apercebi-me finalmente de que sou muito menos eu agora.
e o pior é que não páro de me perder pelo caminho.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

para os que chegaram a ler o post que apaguei, o que eu queria dizer era: a minha vida tá uma merda e ainda há o técnico para complicar. tou farta. esperemos que dia 5 de dezembro acabe finalmente. a vida não vai melhorar, mas pelo menos posso-me concentrar nas coisas realmente importantes.
este post vai para aqueles que tinham lido o anterior e pensavam que eu ia cortar os pulsos a qualquer momento. não vou. young till i die. of natural causes.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

reflexões #15

cada pessoa tem uma coisa que a ajuda quando está triste - ver tv, cozinhar, ir ao ginásio, ler, ouvir música.


eu não tenho.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

reflexões #14

este ano mês-sim-mês-não trouxe uma desgraça. e eu que pensava que 2007 tinha sido mau... nunca mais vou desejar que acabe um ano e venha o próximo, pode sempre piorar.

e quando olhei para o lado vocês estavam lá. literalmente. é bom estar em casa, perto de vocês, para o bom e para o mau. angie, marta, vera... <3.
"juntas até ao fim". até no fim.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

reflexões #13

a vida sao intervalos de relativa tranquilidade entre momentos que nos desfazem por dentro. so isso. o unico objectivo e proposito de estar vivo é viver. a vida é um fim em si mesma.

nos basicamente somos apenas aquilo que conseguimos fingir que somos depois de cada vez que algum desses momentos nos destroi e nos anula como pessoas. em cada um desses momentos, deixamos de ser o que eramos, perdemos tudo. depois, so podemos fingir que somos seja o que for - fortes, corajosos, confiantes, fiéis, crentes, romanticos, desapegados, despreconceituosos.

e infelizmente a vida nao se mede por esses intervalos tranquilos entre merda, mas pela merda em si.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

buraka som sistema nomeados para os MTV europe music awards 2008 para melhor artista europeu.

eu já votei (20 vezes). e tu? vota

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

bons momentos #1


bem sei que ainda não fiz um post referente à minha roadtrip espanhola, mas tenho motivos fotográficos para isso. no entanto, este vídeo é bom demais para ficar cheio de pó enfiado numa qualquer gaveta.



starring: filipe miranda, joão rosa e teresa oliveira. a mafia do chapéu. algures perto de aguila de campoo. sim, é com 2 o's...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

família #3

tenho muitas saudades do meu mano.


família é uma cena inexplicável. laços que nunca morrem, que duram bem para além da própria morte. pessoas ao pé das quais não temos que ser nada, não temos que ter cuidado com o que dizemos, nem sequer temos que estar penteados, porque vêem para além de tudo isso. vêem inclusivamente coisas que nós não conseguimos ver em nós mesmos, força que não sabíamos que tínhamos, dons que nunca tínhamos descoberto. é aquilo que fica quando tudo o resto desaparece, é a melhor coisa que existe.

domingo, 12 de outubro de 2008

barcelonices #23

as despedidas já começaram. e, claramente, ainda não houve uma em que não me mariconciasse toda. mas as despedidas que me continuam a custar mais são as que já foram feitas. há mais de 1 ano e meio, há 1 ano e uns meses, há 10 meses. sinto que nos últimos 2 anos não fiz mais nada que não fosse despedir-me de pessoas de quem gosto. e custa porque essas despedidas eram até breves e algumas tornaram-se num adeus definitivo. estas pelo menos... já sei que são para sempre.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

homenagem #13

agora que o fim está a chegar, aproveito para agradecer a todos aqueles que, embora à distância, me fizeram companhia durante estes soon-to-be 10 meses. obrigada por todos os (muitos) chats no msn ou gmail que me deram alento, pelos (alguns) emails simpáticos, por todas as (poucas) sms e por todos os (raros) telefonemas.

nestes meses poucas vezes me senti sozinha. não sinto que fiz o estágio longe de casa sozinha, até porque nunca o teria conseguido fazer. foi preciso sentir-me em casa longe de casa, sentir-me rodeada das minhas pessoas, e estas não me falharam. só por isso é que valeu a pena.

quando a pessoa precisa, olha à volta e vê quem está lá para ela, e a maior parte das vezes supreende-se. tive uma ou duas desilusões grandes, mas tive inúmeras boas surpresas.

e há alguma coisa melhor do que chegar a casa e ter uma surpresa no correio? não custa nada enviar um postal ou uma prendinha, claro, toda a gente sabe. e no entanto nem toda a gente se dá a esse trabalho. é preciso vencer a inércia e pôrmo-nos um pouco no lugar da outra pessoa. é preciso romper a teia do dia-a-dia e fazer o pequeno desvio para os correios, ou para o tabacs mais próximo para comprar selos, ou para o marco do correio do outro lado da estrada. mais que isso é preciso gostar da pessoa o suficiente. o suficiente para nos lembrarmos dela, e o suficiente para não nos limitarmos a dizer um "olá, tudo bem" no gmail chat.

e, para mostrar que dou valor a esse delta x que é preciso percorrer para darem essa alegria, mostro-vos a minha wall of fame.



um obrigada especial aos meus avós acima de todos, à minha família em geral, à ruiva, ao ricas, ao terra, à guedes, à vera e à natas.

porque houve dias em que eu cheguei muito cansada e triste, desanimada e desmotivada, e tinha palavras amigas escritas numa letra que me é familiar no meu quarto. sem ter que ligar o computador, sem ter que pegar no telemóvel, vocês entraram-me pela casa adentro, como quem quer à força que eu saiba que gostam de mim e que não há motivo nenhum para me ir abaixo. pelas vezes todas que, depois de entrar e casa e ver o postal, me encostei à parede e fui escorregando até ao chão enquanto lia coisas boas e fiquei um bocadinho sentada no chão a chorar mas de felicidade. e por todas as vezes que, apesar de chegar às 10 da noite depois de trabalhar 12 horas e não ter chegado a ver a luz do sol, li o vosso postal, abanei a cabeça, limpei as lágrimas e fui fazer o almoço do dia seguinte a cantarolar.

podemos amar muito na vida, muita gente e com muita força, mas se não o mostrarmos não serve para nada. assim como não serve para nada dizermos hoje "gosto muito de ti" e assumirmos que isso chega para toda a eternidade. vivo a vida com o cuidado de nunca me esquecer disso. obrigada por terem retribuído.

<3

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

barcelonices #22

os que me conhecem bem sabem que não tolero enchidos. nunca fui fã e, depois de um desastre com chouriço aos 11 anos, nem o cheiro.

pois bem, alegrem-se!, as coisas mudaram. há um enchido neste mundo que eu gosto, é catalão, chama-se fuet, e estou a comê-lo agora mesmo com pão durante uma insónia, as midnight snack!

o único problema é que agora gosto e não vou ter acesso a ele...

domingo, 5 de outubro de 2008

ontem os meus vovós fizeram 50 anos de casados.

foi graças a esse dia há 50 anos que eu existo hoje, e foi muito graças a esses 50 anos que sou a pessoa que sou hoje. se algum dia tiver uma família, quero ser o pilar que eles sempre foram para todos nós.

obrigada <3

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

cycling trouble #2 / barcelonices #21

quando chegas à bicicleta de manhã, te apercebes de que uma mini-saia não é a roupa mais adequada para pedalar 5km à ida e 5km à volta, e tens preguiça de voltar a subir para mudar de roupa... a tua sorte é saberes pedalar sem mãos para segurares na saia. quando tens que travar ou mudar de mudança... pois bem, estás em barcelona e há gente totalmente nua na rua, ninguém vai notar.

isto só para voltar a referir que, sem semáforos, seria capaz de fazer os 5km sem mãos. e, não tarda mesmo nada, sem dentes.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Continuas por cá, a fazer o quê não sei. Mais fácil assim, não é? Aqui não gritas e eu não choro. É um descanso regalado: vais sabendo do que me falta e do que me sobra, sem que o mesmo te falte ou sobre a ti. Existe algo de doce e de confortável, não achas?, no compromisso unilateral do que escreve e na saciedade daquele que religiosamente o lê. (...) Ah, que descanso!, livre da urgência e da marcação serrada, dos telefonemas a desoras e do querer sempre mais, pois só um almoço não chega, porque não um jantar, porque não agora, porque não mais vezes, quero mais de ti, quero mais e mais e mais. E que bom para mim também!, repara: não te fartas nem me desiludes, não me fodes nem me deixas, não me enganas nem me aldrabas, não me baralhas, não me desconcertas, não chegas tarde e a más horas, não te vens em três minutos, não me deixas a arder na cama... nem me juras que a vais deixar.

sábado, 27 de setembro de 2008

cycling trouble #1

isto de andar de bicicleta todos os dias traz consigo uma carrada de peripécias - achei que se justificava um novo tópico.

e o que é que aconteceu ontem? vinha satisfeita da vida a pedalar no meio de um temporal, a fazer balões com a pastilha elástica. subitamente veio uma rajada de vento e rebentou-me o balão contra a cara. por uns segundos fiquei com a boca e o nariz tapados pela pastilha e ia caindo da bicicleta.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

barcelonices #20

ou alemanices, neste caso.

no início deste mês fui a frankfurt-aschaffenburg-kleinostheim.

tudo começou quando o andrés arenas, o venezuelano mais velho e arquitecto, pediu a katharina klodt, a alemã informática sexy, em casamento.


gosto tanto deles! só tenho pena de o andrés já não morar connosco...
foi a puta da loucura e eu estive lá.
<3

domingo, 21 de setembro de 2008

barcelonices #19


barcelona está sempre em festa, é um facto. deve ser das melhores cidades para se viver como estudante/erasmus. vais muito bem na rua, sobras a esquina, pimba! um concerto, um bailarico, uma manifestação, seja o que for.

neste momento estamos na festa de la mercè, que é a festa da cidade de barcelona. não, não é fiesta, porque estamos na catalunha e aqui fala-se catalão.

temos direito a feriado na 4ªfeira e tudo! mas só em barcelona, não é em toda a catalunha. a festa dura uma semana de 6ªf a domingo e é só concertos gratuitos, fogo de artifício, correfoc e castellers por toda a cidade!

cada vez percebo melhor a diferença entre a catalunha e o resto de espanha e cada vez me sinto mais catalã. aliás, o meu desgosto é não ir daqui a falar catalão, porque gosto muito mais do que do castelhano. adoro as tradições catalãs, a comida, a língua, as pessoas, o "país".

uma vez eu e a trezinha íamos na gracia numa 3ª ou 4ª feira, virámos para uma rua e, de repente, imensas carruagens puxadas por cavalos a desfilar e as pessoas iam atirando REBUÇADOS para quem estava na rua! as ruas estavam ATOLADAS em rebuçados, chupa-chupas e afins! outra é que, a um certo dia de semana, se deres uma volta pelo teu bairro encontras todo o tipo de móveis em óptimas condições, e ninguém os vandaliza (no meu bairro é à 4ªfeira, e tenho uma cadeira e uma mesa de cabeceira da rua). só há uma regra: "finders keepers". já sem falar na quantidade de gente que anda pela cidade TOTALMENTE desnuda, o que é A LOUCURA.

isto é barcelona, estas pequenas coisas. como não gostar?

homenagem #12

ao pior que a mesma gaja pode conter em simultâneo:

brincos compridos, alças do soutien de plástico, dedos dos pés de fora, top de alças, cu grande.


e atenção que só funciona se for em simultâneo. excepto as alças de plástico, que funcionam sempre. vómito.
isto é como um guia para os meus amigos. se a gaja encaixar nesta descrição, "fujém tôd's!"

sábado, 20 de setembro de 2008

barcelonices #18


"teresa, perdona, me puedes explicar lo que es la desviación estándar?"

como é que se explica o pouco que me lembro sobre desvios padrão em castelhano?...

dedicatória #9


é bonito ver que ao fim de tantos anos deftones continua a excitar-me como antigamente.

acabei de descobrir que possivelmente este ano ainda lançam um álbum e tou ansiosa! chama-se "eros" e dizem que, ao contrário do último, em que cada um gravou a sua parte em separado e depois juntaram tudo, desta vez vão voltar a estar todos juntos no estúdio a ver como sai... jasuuuuuus! e o próprio chino escreveu "So far, it's shaping up to be our most unorthodox piece of work, not only sound-wise but the way a lot of the songs have come about. There is also some of that good old "fuck you, i hope you die!" aggression* I know a lot of you love and miss from us."

só ADORAVA estar neste preciso momento a ver um concerto deles...

e só tenho pena que o gordo já seja casado <3

* acho esta expressão deliciosa!

é A MORTE!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

barcelonices #17


toda a gente tem certos dons, coisas que consegue fazer melhor que a maioria. eu nunca tinha descoberto o meu, mas acho que já descobri: andar de bicicleta sem mãos.

mas mesmo pessoas cromas como eu (cof cof) não devem, repito, NÃO DEVEM fazer slalom entre os turistas numa rua a descer sem mãos... principalmente se estiver a chover.

e tenho dito.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

barcelonices #16

acho que a minha família se esqueceu que eu existo.

sejamos justos, o meu irmão não.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

post #200

sei que o mundo vai acabar quando:


- a ângela fumou menos de 3 cigarros num dia

- a ana tomás não tem nenhuma frase no nick

- a vera não começa todas as frases em inglês com "so"

- o ricas não tem uma gadelha gigante

- o joão não tem um barbaçal gigante

- o mike tem uma conversa inteira sem dizer "beija-me"

- o terra come tudo o que tem no prato

- o ricardo não é agressivo durante uma conversa nem uma única vez

- a ana filipa não acredita numa mentira que lhe contam

- o duarte não está bem-disposto

- o meu irmão passa 10 minutos sem dizer nada geek

- eu faço um post que não fere os sentimentos a ninguém

and so on.


é bom quando tudo no mundo está no sítio certo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

homenagem #11


virtual fast food fridays forever <3




enquanto o colesterol o permitir, claro está.

e não esquecer a varanda, o som sistema, a garagem para o renault 5 de 1971, e o écran gigante para vermos bons filmes. a bimbi já não precisamos ;)

agora resta considerarem fazer-me a vontade e deixarem-me ter um bulldog francês. angie, podes dar-lhe o nome e tudo!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

barcelonices #15

já que hoje estou em casa sem fazer nada, bem como todos os catalães, achei por bem marcar o momento.

hoje é feriado aqui na catalunha. é o 11 de setembro, mas não aquele relacionado com os USA. aqui há uns anos (em 1714) houve uma guerra. os espanhóis e os franceses uniram-se contra os catalães, por causa de uma disputa sobre quem devia subir ao trono, e estes, em evidente desvantagem numérica, perderam a guerra no dia 11 de setembro.

escolheram então o 11 de setembro como o seu dia nacional. como orgulhosamente gostam de referir, devem ser o único povo que comemora uma derrota. suponho que seja porque esse dia mostra o que estão dispostos a fazer para defender a sua cultura, mesmo que seja lutar até à morte, que foi o que aconteceu.

uns 200 anos depois chegou o franco. o catalão foi proibido, bem como todas as festas e tradições catalãs. enquanto o senhor não morreu, não se podia falar catalão ou fazer calçotadas. ora, ele só morreu em 1978, ou seja, não há muito tempo. só depois de ele morrer é que os voltaram a deixar comemorar o 11 de setembro.

eu, cá por mim, acho perfeitamente normal que os catalães ainda estejam queimados. é como carles diz, "se não pudesses falar a tua língua no teu próprio país ias perceber".

e quando ouvimos "putos franceses... putos españoles..." acho que é natural que, depois de se unirem para os derrotar, sintam que são uma coisinha minúscula entre 2 povos maus.


como comemoração, aqui fica uma palavra tipicamente catalã: carquinyoli. mas o que eu gosto mais de dizer é "una mica" e "ufff, kina calor que tinc!".



catalunya no es españa. catalunya es amor.

barcelonices #14

ultimamente tenho falado muito deste assunto e achei que valia a pena fazer uma retrospectiva do fim-de-semana dos museus grátis.

tudo começou no sábado. eu, trezinha e serginho no CCCB (sim, é mesmo com 3 C's e o B é de Barcelona e não de Belém, não sejam ignorantes! Centre de Cultura Contemporània de Barcelona). não há fotos, mas gostámos muito. 2 exposições, uma de fotografia e uma de cinema. muuuito bons temas!

seguidamente fomos ao MACBA (Museu d'Art Contemporani de Barcelona), que tá mesmo ao lado. não olvidar que é também o ponto de encontro dos skaters barceloneses. aqui só tenho a dizer: a arte já não é que era... para resumir o que achei daquilo, é serralves de barcelona. e não digo isto como elogio. e não me venham dar sermões, porque se a arte é subjectiva e o pensamento e a expressão são livres e cada um vê a arte à sua maneira, isso tanto dá para achar que uma vassoura encostada a uma parede é arte, como para poder dizer mal de uma chamada peça de arte que é uma aranha morta colada num bocado de fita-gomada (adoro esta palavra)...

se querem ver um bom museu de arte contemporânea mostro-vos o meu caixote do lixo que tem aqui uma casca de banana mesmo fashion e uns montinhos de cocó da peach estrategicamente montados e o cotão do quarto do andrés, que nunca é aspirado e faz uns formatos muito interessantes. ah, e além de uma vassoura encostada à parede tenho uma esfregona! pfff! muito mais avant-garde! peloamordedeus...

mas é preciso dizer também as coisas boas: o edifício é brutal. e eu e o serginho passámos o museu todo a rir! a trezinha entretanto tinha conseguido arranjar um companheiro mais parecido com ela para olhar com ar aprovador para garrafas de detergente montadas em cima de gira-discos.

e, se acham que estou a exagerar:


fomos expulsos do museu à 1h, ao mesmo tempo que 1/4 da população de barcelona.

se tivesse pago para ver isto, tinha-me sentido enganada.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

reflexões #12


não acham um piadão quando uma pessoa faz uma cena qualquer que sabe que vos vai magoar/chatear mas finge que não fez nada para ver se vocês não dão por isso?

metáfora auxiliar:

combinaram que tu comias o último bolo. chegaste e a caixa está vazia, assim como teu estômago. "hmmm... quem terá sido?..." é tão óbvio que a tentativa de passar despercebido é ridícula. em vez de te chateares até tens pena da pessoa em causa, e só te dá vontade de rir.

"será que ela pensa mesmo que não vou dar por isso? ahahah"

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

dedicatória #8


hoje é o Teu Dia® e, apesar de não ter estado contigo (contra minha vontade), não quero de todo deixá-lo passar em branco.

não tenho nenhuma foto tua aqui no computador por causa de um grande filme com o meu disco externo e o casamento mas não deixa de ser uma dedicatória.

- e uma dedicatória a quê/quem? - perguntam-se os leitores deste blog neste momento.

pois bem, ao joão. porque, apesar de todas a nossas desventuras, é o meu melhor amigo. é uma pessoa que vale a pena conhecer, que torna este mundo um bocadinho melhor só por viver nele. se estiver com ele, mesmo que seja no paquistão, sinto-me em casa. porque ele põe aquela música a tocar quando eu entro no carro, sabe que eu fico com a palhinha amarela e ele com a vermelha, deixa-me cantar a banda sonora toda dos miseráveis sem refilar com o desafinanço, porque somos os dois uns mariconços, porque me ajuda quando eu estou a vomitar e porque se ri quando eu digo que estou contente por não ter visto quando ele vomitou à porta do grande auditório do tivoli, e também porque quase que consegue adivinhar o que eu estou a pensar neste momento. porque gosto dele e quero sempre ser mais como ele.

parabéns <3

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

barcelonices #13

há um velhote que, quando eu vou a pedalar atrasada para o trabalho entre as 9h e as 9h30, está sempre no mesmo banquinho a ler o jornal ou a ver o que se passa em redor. eu gosto de velhotes e deste especialmente, que, para mim, é como um relógio. se vou cedo, ainda não está lá e fico satisfeita por ter conseguido chegar cedo mas triste por não o ver. se vou tarde, já não está lá e fico chateada porque já tou atrasada e porque não o vi. se o vejo, fico contente porque tudo no mundo está no sítio certo.

sempre que passo de bicicleta olhamos um para o outro e já esboçamos um sorriso, mas ainda nenhum de nós teve coragem para um "bom diá" catalão. hoje quase me saiu. acho que fica para a semana que vem.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

barcelonices #12

quem me conhece sabe da minha condição: nada relacionado com frança, francês, países de língua francesa ou realmente franceses. é assim desde que tenho uns 14 anos (idade para ter opinião), e à medida que a vida foi passando fui ganhando novos motivos para isso. obviamente, como em tudo, há excepções, não se ponham já com argumentos e a sentir-se ofendidos. irrita-me que as pessoas que sabem que tenho motivos pessoais para isso me acusem de preconceito. é talvez o preconceito que ninguém consegue evitar mas muito agravado por experiências pessoais.

somado a isto, vivo agora num país em que se odeiam os franceses/frança/blablabla. e se somarmos a isto que, mais que viver em espanha, vivo na catalunha... o problema fica mais grave, porque estes têm ainda mais motivos históricos para isto. de tal forma que dou por mim às vezes a defender frança. sem muita convicção, ainda tento um "mas paris é uma cidade bonita", só para a seguir ouvir um "então não devia estar povoada de franceses".

quem tem lido este blog, e aqueles que vivem também na barcilónia, sabem que tive há pouco tempo uma colega de laboratório da malfadada nacionalidade. claramente que comecei cheia de esperança e acabei a confirmar tudo aquilo que achava. é a anedota do laboratório.

quis deus/o destino/a casualidade/qualquer outra dessas coisas que desta vez me calhasse na rifa uma companheira de casa francesa... alguém me deve estar a tentar mandar uma mensagem qualquer.

só entra em setembro, por isso eu só a apanho 2 meses, mas estou ansiosa para saber o que me espera. até porque a maneira como ela transformou o "sí" espanhol numa palavra francesa me dá ganas de vomitar. parece que têm um problema nas cordas vocais...

mas tenho fé! vai ser A MINHA EXCEPÇÃO! deus/o destino/a casualidade/qualquer outra dessas coisas sabe que eu preciso de uma excepção a que me agarrar para perder o trauma, e foi por isso que me mandou O MELHOR ESPÉCIME DO PAÍS VIZINHO!



fiquem atentos...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

homenagem #10


PARABÉNS MIKE!!!



um momento como qualquer outro, um dos biliões que já passámos juntos. é disto que é feita a nossa amizade - pequenas coisas como meteres-me um cheeto na boca enquanto eu cozinho bacalhau com natas para o nosso jantar de 6ª feira santa.

estamos longe de casa e custa. é bom saber que te tenho perto =) manos pa sempre!

tens os 26 anos mais sexys que já vi. adoro-te*

terça-feira, 12 de agosto de 2008

coisas da química #2

ou: o ataque das formigas em barcelona.


já aqui há umas semanas começámos a notar a presença de formigas no laboratório. ok, é estranho, mas não é motivo para alarme.

no entanto, hoje deve ter sido o dia combinado por elas para atacar o IRBBarcelona... tudo começou de manhã com uns gritos histéricos no laboratório ao lado. quando entrei estava sem óculos, pelo que me pareceu que alguém tinha cortado uma farta cabeleira e estavam a varrer o monte de cabelos para uma pá. afinal, quando cheguei mais perto, percebi que tudo aquilo eram formigas... a pá CHEIA de formigas!!! fiquei logo cheia de comichões. tinham descoberto o sítio onde elas viviam no laboratório da pharmamar (contíguo ao meu).

subitamente começa a minha russa aos gritos! vamos à sala da balança e descobrimos onde vivem as do nosso laboratório. o pior é que é algures debaixo de um armário impossível de mover.

chegou, então, a hora da vingança. visto que estamos num laboratório de química orgânica, cada um vai armado de um esguicho e começamos a batalha. quem é que pensa que seria com água com sabão ou algo assim? nãããão! METANOL!!! quero vê-las a mexerem-se agora!!!

esguichadelas para baixo do armário, esguichadelas abundantes no carreirinho que formaram, esguichadelas em todos os cantinhos. obviamente que ficou um cheiro péssimo e fiquei com dores de cabeça o resto do dia, mas descobrimos algo muito mais eficiente que a porcaria dos insecticidas!



claramente, como em todas as boas histórias, a guerra não tinha chegado ao fim... 1 horinha depois, lentamente começavam a voltar à vida.

depois de uns telefonemas descobrimos que todo o instituto está naquele estado, e depois de umas conversas com uns amigos descobrimos que toda a cidade está naquele estado.


barcelona não está sob o domínio dos turistas (embora por pouco), mas está sob o domínio das formigas.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

homenagem #9

porque és a minha melhor amiga e vamos estar SEMPRE lá uma para a outra. não precisamos de palavras, não há amuos nem obrigações, é constante e infinito. 7 anos and counting.


às vezes caminhamos sozinhos, foda-se. queria dar-te a mão em cada segundo da tua vida, tar lá para fazer coro com todas as tuas gargalhadas e lágrimas, ouvir-te contar os teus sonhos e pesadelos todas as manhãs, conhecer todos os teus tiques e manias, todas as tuas expressões de cor. não posso e isso mata-me.

para onde vamos? não faço puto de ideia. mas que vamos juntas... "caralhos ma fodam" se não vamos... <3

reflexões #11

temos muitas (e agora vem uma paulo-coelhada) almas gémeas. e às vezes elas conseguem pôr por palavras o que sentimos, e dá-se uma epífia (ricardo, só pra ti) na nossa cabeça.

1:48 PM Ângela: preciso de sentir que enriqueço ainda mais com as pessoas à minha volta para poder dar mais e melhor aos que estão cá dentro, sabes? - acerca da emigração


é simples e não há cá enganos. adoro pessoas que sabem o que querem. nas coisas importantes não há dúvidas. é preciso ter a cabeça no sítio, e o coração também. se não têm, afastem-se das pessoas até ordenarem as vossas prioridades. prioridades invertidas, cabeças indecisas e corações confusos acabam sempre por magoar alguém.

eu sei bem o que quero. e tu?

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

08/08/08


mais do que a esteticamente bonita data que o dia de hoje representa, para mim é importante porque o meu avô faz anos.

e o meu avô está doente. mas é rijo, e tá cá pra rular o mundo como sempre fez. é um exemplo para toda e qualquer pessoa que o conheça. falo com ele no messenger e no skype, trocamos sms, tem um portátil e uma palm, passa mp3 para o mp3 player que ofereceu à minha avó, conduz o seu honda civic pra todo o lado, é uma pessoa boa, sabe muito, foi padre e trocou a religiao pelo amor da vida dele - a minha avó. mas nao é fundamentalista, nem tenta impingir nada a ninguém; simplesmente é uma pessoa em paz consigo e com o mundo, ama os seus e luta para, dia a dia, tornar este mundo num mundo melhor.

e o meu avô faz hoje, dia 08/08/08, 80 anos.

e o meu vovô zé tem as bochechas mais fofas do mundo, faz as melhores costeletas grelhadas do universo, é lindo e eu adoro-o para todo o sempre (e nunca a palavra sempre teve tanto significado) <3

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

dedicatória #7


agora que já te safaste aqui da "barcilónia", como diria o (grande) mestre, ficam:

- as fotos que foram tiradas e também as que poderiam ter sido tiradas
- as memórias de todos os momentos bons e bons, porque contigo só há momentos bons
- a alegria que espalhas e que deixaste aqui, que vai durar até muito depois de teres partido
- todos os teus preciosíssimos ensinamentos, como as novas palavras que puseste no nosso dicionário
- as badeiras partilhadas
- os passeios frustrados
- os passeios efectuados
- os cafés, os kebabs, os sumos naturais da boqueria, as cavas da champanheria, as massadas cravadas a italianos, o bacalhau de 3 maneiras diferentes, e toda a panóplia de pitéus que foram saboreados em conjunto
- a tua compreensão pelo meu desespero em relação aos programas de velhos
- a força que dás, a maneira como fazes qualquer pessoa sentir-se melhor pelo que é
- a melhor pessoa que me tornei (certa ainda que infinitesimalmente) por passar mais tempo contigo
- 6 meses de família contigo nela
- a amizade, que vai contigo onde tu fores
- e o riso, o riso... o teu riso, que não tem igual.


tás no meu top 5 das melhores pessoas do mundo que eu conheço.
adoro-te para sempre.
y ya te echo mucho de menos...

domingo, 3 de agosto de 2008

reflexões #10

à medida que vamos ficando mais velhos, a gravidade da merda que fazemos é maior.

sim, magoamo-nos uns aos outros; sem querer, de propósito, de propósito a fingir que é sem querer, e todas as combinações possíveis entre estas. são pequenas coisas, vamos esquecendo, vamos perdoando, vamos andando para a frente sem problemas. faz parte da vida.

mas às vezes fazemos uma granda merda. podemos até nem nos aperceber da gravidade do que fizemos, mas às vezes marcamos as pessoas para sempre. erros que envolvem traição são inesquecíveis. podemos não considerar traição o que fizemos, mas, se a outra pessoa achar, quem é que tem razão?

e se a outra pessoa nunca mais vai conseguir esquecer a merda que fizemos, e vai ter que viver o resto da vida com ela e suas consequências, não seria no mínimo justo que nós também nunca mais nos esquecêssemos?

podemos achar que não, quando fomos nós que errámos, mas se fosse ao contrário de certeza que o mínimo consolo possível seria saber que a outra pessoa também vive com o erro que cometeu e que se arrepende todos os dias.

uma coisa que me tira do sério é ver isso. ver que as pessoas que sofreram alguma coisa insuportável nunca mais vão ser as mesmas, que passam uns bons tempos na merda e a tentar sair dela, e que as pessoas que as foderam continuam a dormir bem à noite e nem se lembram que alguém neste mundo todos os dias acorda menos feliz do que era antes do que lhe fizeram. irrita-me que esqueçam isso. como quem esquece o mau filme que viram na TVI no domingo passado.

não devia ser assim.

sábado, 2 de agosto de 2008

uma coisa que me irrita solenemente:

vais calmamente na rua com o teu mp3 e, subitamente, um dos fones avaria-se. ainda irrita mais quando não avaria totalmente e só faz mau contacto, de forma a que, consoante os teus movimentos, às vezes sejam mono e outras vezes stereo. irrita-me porque, por causa de um, ficaste sem fones.

aguenta-se só com um fone até se comprarem outros.

o pior, e que me irrita ainda mais que o resto, é quando, sem aviso, o outro também avaria e ficas sem música! sem música! tens um mp3 mas, sem fones, é como se não tivesses nada!

agora juntem em cima disto o facto de adorarem os vossos fones e quererem outros iguaizinhos a estes e não haver na cidade onde vivem. e, ainda em cima disto, o facto de não terem tempo de ir comprar outros quaisquer fones de merda, ainda que fossem contrariados.

e eu não sou ninguém quando tenho que ir fazer as compras de sábado sem música nos ouvidos. por isso é que estou aqui a escrever este post, a empatar. porque estou irritada e contrariada.




lembrei-me agora que acabei o técnico! já não estou irritada nem contrariada. fui!

terça-feira, 29 de julho de 2008

o dia glorioso


acabei hoje o IST.

na realidade não acabei, falta-me escrever uma tese e só "acabo" em dezembro, mas isso não me interessa. o que sempre me interessou foi acabar a última cadeira, passar o último exame. e isso aconteceu hoje, quando eu não estava à espera. a sensação é indescritível.

e o meu pai escreveu-me um mail tão cómico como bonito, e acho que merece ser tornado público, visto que é aplicável a muitos de vocês que estão a ler isto:

Cara Dra ****** ********

Venho por este meio (usando o endereço de mail do seu pai - admirável pai, se me permite que o diga), contactar V. Exa, no sentido de, por um lado, exprimir a minha alegria por saber dos seus sucessos académicos e, por outro, deixar os meus préstimos e conselhos de forma que possam vir a ser úteis a V. Exa. no seu percurso, no qual a humanidade tantas esperanças deposita. Permita-me, pois, que comece do princípio.

1. Quanto à minha alegria: não é todos os dias que se produz tão ilustre personalidade académica; não é todos os dias que se consegue formar e transmitir conhecimentos que a humanidade a tanto custo comprou; não é, ainda, todos os dias que se consegue passar na nossa última disciplina (unidade curricular, diria mesmo); não é todos os dias que se termina uma licenciatura. Este é, pois, como disse, um dia de alegria. E aquelas garrafas de vinho do Porto que se encontram no hall do seu prestimoso pai têm os dias (minutos, diria) contados. E se sobrevier um caso de coma alcoólico, pois que seja. Em nome da humanidade! Preciso, preciso, é que aquele vinho não tenha químicos (brincadeira, se V. Exa. me permite a aleivosia). Irei de seguida transmitir tão radiosa mensagem à Senhora sua Avó.

2. Quanto a conselhos, não me permito pensar que possa ter algo em mim que V. Exa. desconheça. Mas gostaria de sugerir alguns pensamentos.

a. Desde logo, a constatação de que este momento é importante nas nossas vidas. Não por ser especial, mas por, de algum modo, ser neste momento que decidimos quem somos, e como queremos viver a vida. Há sempre alguma inconsciência na segurança de se ser aluno, e se estar ainda em fase de "preparação" para a vida. Mas agora será a valer. O que somos e seremos, começa, em grande parte, aqui. Não o que fazemos, ou onde trabalhamos, porque isso muda constantemente. Mas o que somos, e como vivemos a vida, define-se no início, e dificilmente se muda depois. No teu caso (se a Dra. me permite a familiaridade no tratamento), és uma pessoa de bem. É assim que te defines, e orientarás o teu futuro. Não como Química, não como descobridora de agentes anti-cancerígenos, mas como uma pessoa excelente, estejas onde estiveres. É assim que tens de te ver a ti mesma;

b. Estou muito orgulhoso (ou estaria, se fosse o seu pai, e não um humilde correspondente de V. Ex, usando abusivamente o mail de tão respeitável pessoa). Se vos trouxe até aqui, alguma coisa devo ter feito bem. Yuhuu!!!!!!!!!!! Agora só falta mesmo é cumprires a tua parte, e propagares o maravilhoso código genético que herdaste...Depois de uma namoro prolongado e submetido à aprovação do teu pai, bem entendido.
Espero poder continuar a contar com a amizade de V. Exa, e que não obste a isso o maravilhoso facto de ter a Vossa pessoa ascendido no dia de hoje a alturas que só em imaginação eu alcanço. Mas espero que se compadeça de nós, seres rasteiros, e me continue a honrar com a sua amizade.

E mais não digo, porque, apesar de ter começado a brincar, estou a ficar enternecido. Ora, como se sabe, ficar enternecido é meio caminho para que os nossos filhos nos percam o respeito. Assim, despeço-me com um abraço viril e um escarro no chão. Ptuiiii!

Subscrevo-me, com as maiores consideração e reverência, usando a minha nova identidade, aquela pela qual passarei doravante a ser conhecido:

O pai da Dra. ****** ********


percebem agora, suponho, porque é que adoro a minha família, porque é que sou lamechas como sou, porque é que sou feliz, porque é que hoje em particular me sinto completa.

obrigada a todos aqueles que ficaram felizes por mim, eu sei que não são poucos, e sei muito bem quem são =)



hoje sinto-me <3.

reflexões #9

às vezes os amigos falham. porque lhes falta sensibilidade num determinado assunto, porque têm outra coisa na cabeça, porque não dão importância às mesmas coisas que nós, porque não têm noção do que nos atormenta, etc. às vezes temos que fechar os olhos a estas pequenas coisinhas, se queremos que também gostem de nós quando for a nossa vez de falhar. senão qualquer dia não tínhamos amigos, e isso é que nunca pode faltar. principalmente se forem daqueles que nos fazem bem, nos fazem rir, nos fazem melhores pessoas.

quando o vosso amigo falhar, antes de se chatearem com ele imaginem a quantidade de vezes que vocês já lhe devem ter falhado e ele não disse nada.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

coisas da química #1

hoje fiquei revoltada e apetece-me contar esta história, apesar de não ter interesse nenhum.

os compostos que sintetizamos têm que ser guardados num congelador que existe para o efeito no laboratório, de modo a não se decomporem. e, como todos os congeladores, volta e meia tem que ser descongelado. aproveitando este acontecimento, trocam-se os compostos que estão em balões para uns frasquinhos pequeninos. desta forma, ganha-se imenso espaço e organização no congelador, e muitos balões para fazer reacções. (no meu caso e do carles, que somos os piores, escondemos todos os nossos balões, porque há falta deles, pra nós termos muitos e cagamos totalmente nos outros)

estava eu então hoje nesta faina - dissolver o composto no balão, com uma pipeta pasteur passar para o frasquinho, pôr os frasquinhos todos numa situação que serve pra evaporar o solvente dos frasquinhos, esperar que evapore tudo, tapar, pôr parafilme, pôr todos os frasquinhos numa caixinha - com todo o cuidadinho... QUANDO:

olho para dentro de um dos frasquinho que estava a ser evaporado e o que é que vejo lá dentro?


de notar que eu estou a fazer síntese de um fármaco com potencial anti-cancerígeno, isto é, possível e idealmente daqui a uns anos alguém vai tomar o medicamento que vai surgir da reacção destes compostos que estão nos frasquinhos.
de notar também que ando a trabalhar nisto há 6 meses, e antes de mim já outras pessoas tinham trabalhado, e ainda não consegui obter nada.
de notar que nestes 6 meses trabalhei uma média de 11h/dia.
de notar ainda que às vezes passo dias só a purificar a porcaria dos compostos, e a coisa que eu mais odeio são purificações.

ora portanto, voltando ao frasquinho... o que é que estava lá dentro?!








UMA MOSCA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!









peloamordedeus....................

quarta-feira, 23 de julho de 2008

private joke

há umas semanas lembrei-me de uma coisa em que não pensava há meses e meses e ri-me bué.
agora voltei a lembrar-me dela.
só pra quem sabe:

não tem dentes?! NNNNNÃO TEM DENTEEEEES?!?!

acho que nunca na vida me vou deixar de rir com isto =)

domingo, 6 de julho de 2008

tenho 2 coisas a dizer:

1. tenho-me apercebido de que tenho visitas de vários países onde nunca estive nem conheço ninguém. a essas pessoas que me visitam daí à procura de um blog onde possam aprender alguma coisa, peço desculpa. este blog foi criado sempre com a intenção de dar miminhos às minhas pessoas. começou por servir para encurtar a distância entre portugal e frança, e agora encurta distâncias entre espanha e uma carrada de países. imagino que para quem esteja de fora do "núcleo" seja uma seca, mas nunca vai deixar de ser assim. no dia em que quiser um blog pseudo-intelectual (internem-me por favor numa instituição psiquiátrica e aí sim) faço outro.

2. queria agradecer a todos aqueles que estiveram comigo durante a minha estadia em portugal. isto não é para castigar aqueles que não puderam, de longe. é mesmo só porque reconheço que fui numa altura má (exames e trabalhos finais), e que não é fácil nessa fase arranjar tempo para vida social, ainda por cima com timeframes tão curtas. eu já estive desse lado e sei que não é "cheguei! venham ter comigo agora, porque só tenho tempo hoje nestas 2 horas!". e por isso agradeço aos que fizeram sacrifícios para me dar a alegria da sua presença e àqueles que tiveram pena de não o poder fazer.

e é tudo por hoje. vou voltar à minha dor de cabeça gigante e à minha ventoinha apontada à cara para tentar esquecer-me que toda a gente está na praia enquanto eu estudo mecanismos.

sábado, 5 de julho de 2008

dedicatória #6 / homenagem #8 / reflexões #8

mergulhas numa piscina num dia de calor intenso. estás tão quente que aquele contacto com a água fria é violento, mas passa ao fim de poucos segundos e já te começa a saber bem o fresquinho e sentes o corpo todo a arrefecer. começas a nadar debaixo de água, e lembras-te de como os movimentos são muito mais naturais e suaves dentro de água. reparas nos raios de sol filtrados pela água e nos movimentos e reflexos que faz, e adoras. é tudo maravilhoso, a temperatura, as cores, as sensações. se pudesses suspirar de alívio sem te afogares, era o que farias neste momento.

ao fim de mais uns segundos começa a faltar-te o ar, mas impuseste a ti próprio chegar ao fim da piscina e continuas. tentas concentrar-te nos movimentos que tens que fazer, mas com tanto esforço eles deixam de sair tão naturalmente e nunca te levam tão rápido como querias. além disso, a falta de ar começa a afectar-te e a última coisa em que reparas é nos raios de luz ou no que quer que seja. das duas uma: ou a água está realmente fria e passas também a ter frio, ou não está suficientemente fria para te arrefecer dos movimentos vigorosos que estás a fazer e começas a ter calor.

já vês o fim da piscina lá ao fundo, mas já não sabes se aguentas até lá. começa a doer-te a cabeça da falta de oxigénio no cérebro. podes inclusivamente começar a ter cãimbras. começas a pôr em causa a tua sanidade mental. porque raio é que te foste lembrar de fazer isto? já não te lembras do que te motivou e nem tentas lembrar-te porque precisas do pouco oxigénio que resta para coisas mais importantes, como chegar vivo ao fim. ninguém te mandou fazer isto, ninguém te critica se parares, mas não queres fracassar. tentas distrair-te, concentrando-te novamente no que encantou ao início, mas já passou demasiado tempo e a falta de ar já é insuportável.

duas hipóteses: vens à superfície antes de conseguires tocar na parede da piscina porque não queres saber de desgraças, ou fazes das tripas coração e lá chegas ao fim. em qualquer das situações, não há coisa mais maravilhosa do que aquela primeira tragada de ar que parece não ter fim. metes ar para dentro até os teus pulmões chegarem ao limite, e repetes isso com pressa, até sentires que voltaste ao ritmo dito normal (por muito que durante uns bons minutos de vez em quando voltes a inspirar bem fundo para aproveitar o facto de teres voltado à vida). afinal o sol é muito mais bonito cá fora. as cores, os movimentos, as sensações. e ainda por cima respira-se muito melhor.






ok. podia não explicar nada, porque acho que dá para perceber, mas vou dar umas linhas de orientação para a interpretação desta metáfora que criei e em que tenho pensado muito.

esta imagem que descrevo é o que eu sinto sobre a emigração.

ao início é tudo muito giro e perfeito, é bom, sabe bem, faz bem. mas chega ali a uma certa altura e já é masoquismo.

o oxigénio para mim é lisboa, é a comida portuguesa, é o sítio que me viu nascer, são todos os sítios especiais por isto ou por aquilo, é toda a aura do que já vivi ali, é a língua linda que é o português, os velhotes e velhotas que andam nas ruas. é o porto, o algarve, a costa alentejana, as aldeias perdidas nas montanhas onde as pessoas andam de cajado nas mãos, o feeling, os defeitos todos dos portugueses que fazem parte de mim também e que nos tornam únicos. é o fado, a saudade, os eléctricos e as colinas, mas, acima de tudo, são as minhas pessoas. e toda a gente sabe que não se pode viver sem oxigénio.


fui então a portugal e respirei fundo fundo fundo, para guardar O2 para os próximos meses.


os mini-santos da bica
(para quem não tem santos populares há 2 anos, soube a pato!)





os gajos








as gajas
















é evidente que se o homem se põe a cantar juanes - tengo la camisa negra como negra tengo el alma - os emigrantes do país vizinho vão enlouquecer...
























a malta









mais malta







o típico comboio










momento paredes de coura '07


















o senhor que nos proporcionou música tão boa, ficou triste porque só aparecemos 1h antes de ele se ir embora e nos expulsou do palco porque disse que não o deixávamos brilhar






o senhor do calção vermelho que provocou largos minutos de risada







já se vê porquê









sim rodrigo, ficas muito melhor com o casaco do ricardo!










a malta no incógnito








com a língua azul de tanta caipiroska negra a 2 euros no baratux... que saudades!







breve intersecção entre os caminhos da angie e da maria





esta gaja é mesmo linda <3


é verdade, o rosa voltou!








ai pipa pipa... os disparates a que me obrigas...










ai lisboa lisboa...










ai bairro bairro...





















smiley da pipa + rasta do david = smiley rastafari





















antes do álcool










depois do álcool







































a maria tinha saudades do rosa!


























o ricas tinha saudades dos beijinhos da maria








aquelas fotos estranhas que se tiram e no dia seguinte ninguém se lembra porquê...







o que senti quando olhei para trás e vi a crew a subir o bairro ao fim de tanto tempo não tem explicação...









bairro alto = <3




sexy mamas







como é que posso olhar pra esta gente e não querer ficar ali para sempre?
é por isso que não percebo as pessoas que vão montes de anos para longe e que inclusivamente pensam em nunca mais voltar. devem ter guelras para respirar debaixo de água. ou então não têm pessoas e cidades como as minhas <3